Dilma: Eduardo Cunha é o ‘pecado original’

A presidente Dilma Rousseff afirmou em discurso nesta quarta-feira (27), em Brasília, que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o “pecado original”, em referência ao processo de impeachment ao qual responde no Congresso.

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Segundo a presidente, o processo de impeachment foi admitido por Cunha na Câmara porque não aceitou uma proposta que tinha feito, de recusar o processo de impeachment se os deputados governistas ajudassem a impedir que ele fosse julgado no Conselho de Ética da Câmara em processo que pode resultar até na cassação do mandato. Segundo ela, se aceitasse, o governo entraria “em processo de apodrecimento”.

“Esse processo tem um pecado original. O pecado original é o presidente da Câmara. Por que ele é o pecado original? Vou explicar por que. Isso foi amplamente noticiado. O senhor presidente da Câmara queria fazer jogo escuso com o governo. ‘Votem para impedir que eu seja julgado no Conselho de Ética. Tirem os votos que o governo tem no Conselho de Ética’. Eram três votos. ‘E aí eu não entro no processo de impeachment’. O governo que aceita uma negociação dessas é um governo que entra em processo de apodrecimento. Por isso, nós nos recusamos a essa negociação”, declarou a presidente em cerimônia da 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos.

Manifestações em conferência
Antes da chegada de Dilma, a plateia, formada por participantes ligados a movimentos dos direitos LGBT, da criança e do adolescente, dos idosos e da pessoa com deficiência, entoou por diversas vezes gritos de “Não vai ter golpe, vai ter luta”. Também houve gritos de “Fora, Cunha”, “Ô Bolsonaro, vou te dizer, eu também cuspo em você”.

No discurso, ela também voltou a afirmar que o processo de impeachment não tem base legal e, por isso, é um golpe.

“Tem o golpe feito com armas na mão, tem o golpe feito com tanques, mas tem outro tipo de golpe que você faz com as mãos nuas, rasgando a Constituição”, declarou.

A presidente também negou ter cometido qualquer crime que justifique a saída dela do poder.

“Eu não tenho contas no exterior, jamais usei dinheiro público para me beneficiar, não tenho acusação de corrupção. Então, o que eles fizeram? Arranjaram uma acusação, e toda acusação arranjada é frágil. Me acusam de ter práticas contábeis incorretas. São seis decretos, todos eles de suplementação.”

Dilma disse ainda que o processo de impeachment está “disfarçado de eleição indireta”. Ela lembrou das Diretas Já, na década de 1980, e ressaltou que se tratava de uma conquista do povo brasileiro da qual o país não podia abrir mão.

“Fizemos uma trajetória muito longa para garantir eleições diretas, voto secreto e para eleger presidente, governador e prefeito. Portanto, não vamos deixar que encurtem o caminho para o poder através de uma eleição indireta falsificada de impeachment”, declarou.

 

Fonte: redegolpe

 

 

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